Como essas 7 cidades globais enfrentam ondas extremas de calor 5t4a5y
Em ondas de calor, os espaços urbanos geralmente atingem as temperaturas mais altas. Mas metrópoles como Sydney e Los Angeles vêm adotando medidas de mitigação 2t3k5i

Ao longo desta semana, uma intensa onda de calor — a terceira do ano a atingir o Brasil — fez as temperaturas se elevarem acima dos 40°C em cidades como o Rio de Janeiro.
A capital fluminense atingiu Nível de Calor 4 pela primeira vez desde a criação de protocolo para altas temperaturas.
A disparada dos termômetros pôs milhões de brasileiros em risco e evidenciou o despreparo de nossas cidades para lidar com os extremos do clima.
Em outras regiões do globo, porém, governos locais iniciaram uma corrida para adaptar os centros urbanos à era de extremos climáticos.
Esse é um o fundamental, defendem os especialistas climáticos. Isso porque a infraestrutura da cidade — como estradas e edifícios — absorve calor e depois o libera de volta para a atmosfera.
O que significa que as temperaturas mais altas em uma onda de calor geralmente ocorrem em áreas urbanas.
Não por coincidência, da Europa à China, da Índia ao Paquistão, dos Estados Unidos à África, as metrópoles vêm registrando temperaturas inéditas.
Veja abaixo sete exemplos do enfrentamento à crise do clima.
Sevilha
Em uma cidade onde as temperaturas chegam regularmente a 40°C durante o verão, não é surpresa que Sevilha, na Espanha, tenha sido a primeira no mundo a categorizar ondas de calor, assim como agora faz o Rio de Janeiro.
Para enfrentar o calor extremo, a cidade espanhola expandiu a instalação de toldos, adotando o que o prefeito Antonio Muñoz chamou de “política da sombra”.
“Essa é apenas uma das muitas medidas necessárias para manter as ruas utilizáveis — seja para crianças brincando, pessoas fazendo compras ou simplesmente conversando ao ar livre”, disse.
Além disso, Sevilha está plantando 5.000 árvores por ano, investindo em materiais de construção que refletem o calor e instalando mais fontes públicas para amenizar as altas temperaturas.
Sydney
Na região metropolitana de Sydney, na Austrália, em uma área que abrange 1,3 milhão de hectares ao redor da capital australiana, há um plano ambicioso para aumentar a cobertura verde: plantar 5 milhões de árvores até 2030.
Além de fornecer sombra e umidade, as árvores ajudam a refrescar as cidades e desempenham um papel essencial no combate às mudanças climáticas, absorvendo e armazenando naturalmente o dióxido de carbono.
Los Angeles
Na cidade da Costa Oeste americana que frequentemente sofre com extremos do clima, como os incêndios que devastaram a região em janeiro, as autoridades municipais começaram a pintar as ruas de branco em 2019.
O objetivo é refletir os raios solares de volta para a atmosfera, resfriando a área ao redor.
Dez ruas em dez bairros foram pintadas até agora com o revestimento refletivo, de acordo com o site Reasons to be Cheerful.
Assim, nos dias quentes, a tinta branca resfria a superfície não só do local pintado como ao seu redor.
Abu Dhabi
Nos Emirados Árabes Unidos, as mudanças climáticas devem elevar as temperaturas médias para bem acima de 50°C na segunda metade do século, criando condições extremas que podem tornar a cidade inabitável.
No entanto, o design inovador pode ajudar a mitigar o calor.
Um exemplo disso são as Torres Al Bahar, um edifício de 26 andares equipado com telas dobráveis controladas por computador.
Essas estruturas se abrem e fecham automaticamente conforme a posição do sol, fornecendo sombra e reduzindo a absorção de calor.
Paris 7446b
A cada verão, as ondas de calor atingem a França com intensidade crescente.
Em agosto de 2022, Paris registrou 36°C, enquanto um estudo publicado em abril de 2023 apontou a capital sa como a cidade europeia com o maior risco relativo de mortalidade associada ao calor, entre 854 analisadas.
Para mitigar esse impacto, Paris está implementando 800 “ilhas frias” espalhadas pela cidade.
Esses espaços, identificáveis por meio de um aplicativo, incluem parques, fontes de água e edifícios públicos, como piscinas e museus.
As ilhas podem ser de 2°C a 4°C mais frescas do que as ruas ao redor.
Além disso, a cidade planeja plantar 170.000 árvores até 2026 para aumentar a cobertura verde.
Roterdã 5o6t1i
A vegetação nos telhados pode ajudar as cidades a se manter mais frescas, e Roterdã, na Holanda, está apostando nessa solução por meio da iniciativa Rotterdam Rooftop Walk.
O objetivo da cidade é tornar 900.000 metros quadrados de telhados verdes, ajudando a reduzir a temperatura ambiente e a armazenar água da chuva, o que também contribui para a prevenção de enchentes.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, os telhados verdes podem reduzir a temperatura urbana em até 15°C.
Medellín 6c3o7
Para enfrentar o calor extremo, Medellín, na Colômbia, criou uma rede de 30 corredores verdes que proporcionam sombra e frescor ao longo da cidade.
Milhares de árvores nativas, palmeiras, bambus e plantas tropicais foram plantadas ao longo de calçadas, parques e vias movimentadas.
Essas áreas não apenas reduzem a temperatura local, mas também criam espaços mais agradáveis para deslocamentos e encontros sociais.
