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Federação de hotéis, restaurantes e bares promove boicote ao iFood em SP 1a6z2q

Fhoresp pede que empresas deixem aplicativo e migrem para a concorrência 1q6rt

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2025, 11h37 - Publicado em 10 Maio 2025, 10h58

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) está promovendo um boicoto ao aplicativo de comida iFood, que domina aproximadamente 90% do mercado de entrega de refeições, e pedindo para que empresas migrem para apps concorrentes, como Rappi e 99Food, para enfraquecer o monopólio da líder do segmento. De acordo com a Fhoresp, que representa cerca de 500 000 estabelecimentos na região paulista, a plataforma prejudica os empresários do setor ao cobrar taxas “exorbitantes” e não ter critério de segurança para credenciar os restaurantes em seu aplicativo. Procurado por VEJA para comentar o assunto, o iFood disse, em nota, ser a favor do “livre mercado e livre concorrência”.

O boicote foi motivado pelo anúncio da isenção de taxas de outros aplicativos, como a Rappi, que anunciara na última segunda-feira, 5 de maio, a isenção de tarifas para parceiros pelos próximos três anos, o que seria uma boa oportunidade para empresários do ramo alimentício. “Tentamos, ao longo dos últimos anos, negociar, de todas as formas, com o iFood. Porém, ela é inflexível. As taxas excessivas que pratica, inclusive, fazem com que, praticamente, os restaurantes trabalhem para ela. O monopólio não fez bem ao Ifood, que estabeleceu uma relação predatória e de dominância com os parceiros”, declarou o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, em comunicado enviado à imprensa.

Pinto também critica o sistema de cadastramento do iFood por não exigir documentação e facilitar fraudes, além de colocar em risco a saúde pública: “Para se ter uma ideia, a Fhoresp pediu ao iFood a obrigatoriedade de alvará de funcionamento do estabelecimento ou o expedido pela Vigilância Sanitária como condição para atuar na plataforma. Contudo, foi negado. Isso é um risco à saúde pública, porque não se tem garantia de onde o consumidor está comprando a alimentação, a procedência dos produtos, bem como o armazenamento e a manipulação”.

O aplicativo 99Food voltou ao mercado em abril deste ano e também anunciou isenção de taxas por dois anos. “Sem o monopólio, temos, hoje, um cenário que possibilita ao empresário da Refeição Fora do Lar migrar para plataformas que permitam obter um lucro que dê sustento ao próprio negócio, não ficando à mercê de uma só plataforma e que tem arrasado todo o setor”, explicou o diretor-executivo da Fhoresp.

Confira a nota do iFood na íntegra: 

O iFood defende o livre mercado e a livre concorrência. Seguimos focados em reforçar nosso compromisso de longo prazo com o crescimento sustentável de todo o ecossistema, oferecendo a melhor experiência para restaurantes, entregadores e consumidores, sempre inovando e investindo no país. Estamos comprometidos em potencializar o sucesso dos parceiros, otimizando e impulsionando cada estabelecimento cadastrado em nossa plataforma e garantindo um atendimento de qualidade.

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O iFood reforça que a afirmação de que detém mais de 90% do mercado não é verdadeira. Somos uma empresa brasileira que se adaptou ao longo dos últimos 15 anos a competidores regionais e internacionais. O mercado de delivery já é altamente competitivo e pulverizado. Cerca de 65% dos pedidos de delivery no Brasil ainda acontecem pelo WhatsApp, telefone e aplicativos próprios dos restaurantes.

Ao vender pelo iFood, os mais de 400 mil estabelecimentos parceiros recebem a experiência de pagamento online; prevenção de fraudes e estorno; informações estratégicas para os restaurantes, como os horários e bairros mais rentáveis; possibilidade de disponibilizar diversas formas de pagamento; informações sobre e diferentes comportamentos de consumo de seus clientes e, sobretudo, marketing, ajudando os pequenos empreendedores a expandirem sua marca, levando visibilidade para além de seus bairros, com redes sociais, canais de TV, outdoors e rádio – expandindo o alcance para até 10 km de distância do seu ponto.

Hoje, o iFood é uma referência de tecnologia da América Latina e apoia o mercado competitivo em prol do amadurecimento do delivery no País. Valorizamos o impacto positivo que podemos gerar e sabemos da nossa responsabilidade de colaborar para o desenvolvimento de todos os agentes do setor: entregadores, lojistas parceiros e consumidores. O ecossistema do iFood gera mais de 900 mil postos de trabalho diretos e indiretos em todas as regiões do Brasil. Reforçamos o nosso compromisso com a produtividade dos restaurantes, o alcance ao cliente final e o desenvolvimento do mercado de delivery no Brasil.

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Greve do iFood 1e6c2l

Em março, entregadores do aplicativo iFood fizeram uma greve contra os reajustes das taxas da plataforma. Os entregadores reivindicam um reajuste na taxa mínima por entrega, de R$ 6,50 para R$ 10,00, e um aumento no valor pago por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50, alegando que os custos de deslocamento, como gasolina e manutenção dos veículos, não são cobertos de forma justa. Além disso, pedem a limitação das rotas de bicicleta a no máximo 3 km por pedido, para evitar a exaustão dos ciclistas, e exigem o pagamento integral por entrega, sem reduções quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto. Segundo os trabalhadores, essas mudanças são essenciais para garantir uma remuneração mais justa e condições de trabalho dignas.

Diante da greve nacional anunciada pelos entregadores de aplicativos, o iFood declarou que respeita o direito à manifestação pacífica e reforçou que mantém uma agenda permanente de diálogo com os trabalhadores. A empresa informou ainda que está avaliando um aumento para  este ano na taxa mínima de entrega. “Estamos atentos ao cenário econômico e estudando a viabilidade de um reajuste para 2025”, diz a nota enviada a VEJA.

Na nota, o iFood cita o reajuste da taxa mínima de entrega, que subiu de R$ 5,31 para R$ 6,50 entre 2022 e 2023, além do aumento de 50% no valor pago por quilômetro rodado, que ou de R$ 1,00 para R$ 1,50. Em 2024, a plataforma implementou um adicional de R$ 3,00 para entregas agrupadas. Segundo a empresa, o ganho bruto por hora trabalhada na plataforma é quatro vezes maior do que o valor do salário mínimo-hora nacional.

O iFood também ressaltou que oferece benefícios como seguro pessoal gratuito para acidentes durante entregas, planos de saúde, programas educacionais e e jurídico e psicológico para casos de assédio ou discriminação.

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