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Como o cérebro separa realidade e fantasia? Estudo revela resposta inédita 1ms1h

Descoberta abre caminho para entender melhor distúrbios que causam alucinações visuais, como os observados em quadros de Parkinson e esquizofrenia 1t5m17

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jun 2025, 18h00

Quando você vê algo diante de si, como uma linha ou um objeto, e quando apenas o imagina com os olhos fechados, seu cérebro aciona praticamente as mesmas regiões. Isso levanta uma dúvida fascinante: se o cérebro usa circuitos parecidos, como ele sabe quando algo é real e quando é só imaginação?

Pesquisadores da University College London acreditam ter encontrado a resposta. Eles descobriram um caminho neural que permite ao cérebro avaliar se um estímulo visual vem do mundo externo ou foi gerado internamente pela mente. A descoberta, publicada na revista Neuron, ajuda a entender por que, às vezes, essa diferenciação falha — como ocorre em alucinações visuais em pessoas com esquizofrenia ou Parkinson.

O que foi descoberto? 1g6j3t

Os cientistas recrutaram 26 voluntários e usaram exames de ressonância magnética para acompanhar a atividade cerebral enquanto os participantes realizavam uma tarefa visual simples: olhar para blocos de cor cinza na tela e, em alguns casos, imaginar linhas diagonais sobre eles. Às vezes as linhas estavam realmente ali; em outras, não. Após cada rodada, os participantes relatavam se acreditavam ter visto de fato as linhas e o quão vívida parecia a imagem.

A análise dos exames revelou que uma região do cérebro associada à visão — chamada giro fusiforme — ficava mais ativa quanto mais nítida era a imagem percebida, fosse ela real ou imaginada. Essa parte do cérebro funciona como um medidor de intensidade visual: quanto mais forte o sinal, mais real parece a imagem.

Mas o processo não para por aí. Quando o sinal ultraava certo limite, outra região era ativada: a ínsula anterior, uma área envolvida em julgamentos rápidos e avaliação de relevância. Ela funciona como um “filtro de realidade”, que ajuda o cérebro a tomar uma decisão: “isso é real” ou “isso é só imaginação”. Juntas, essas duas regiões formam um circuito que permite ao cérebro dar um veredito sobre o que se está vendo.

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Por que isso é importante? 4i2w2w

Até agora, a ciência sabia que imaginar e enxergar envolviam áreas parecidas do cérebro, mas não compreendia bem como conseguimos diferenciar uma coisa da outra. Este estudo foi o primeiro a mostrar que o cérebro pode monitorar a intensidade dos sinais visuais para tomar essa decisão — e que há um “limiar” a partir do qual a mente assume que algo é real.

Essa descoberta pode ser fundamental para entender distúrbios que envolvem alucinações visuais. Segundo os autores, é possível que, em pessoas com Parkinson ou esquizofrenia, esse sistema esteja desregulado: o “medidor de intensidade” pode estar registrando imagens internas como se fossem externas, ou o “filtro” pode estar falhando ao julgar corretamente.

Os pesquisadores agora pretendem estudar esse circuito em pacientes com alucinações, na esperança de desenvolver estratégias mais eficazes de diagnóstico e tratamento. Entender como o cérebro separa realidade e imaginação é também um pso importante para compreender melhor o funcionamento da consciência humana.

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