Chaves x Quico: Entenda a briga recontada pela série ‘Chespirito’ 6o49w
Ao longo de décadas, Carlos Villagrán nutriu rivalidade pessoal e jurídica com Roberto Gómez Bolaños, criador do humorístico infantojuvenil 2m6d1w

Dentre as histórias de bastidores mais infames do legado de Chaves, a mais popular é a rivalidade entre Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán, que viviam na ficção os meninos Chaves e Quico, respectivamente. No humorístico infantojuvenil, o primeiro era o garoto pobre que vivia em um barril e sonhava com mortadela, enquanto o segundo era mimado pela mãe e sempre agraciado com presentes e quitutes que esbanjava na cara do menos afortunado. Por conta disso, o par nutria uma dinâmica repleta de provocações e atritos não tão distante da realidade dos bastidores, que levou ambos até mesmo a conflitos na Justiça. Agora, o caso é recontado na série biográfica Chespirito: Sem Querer Querendo, da HBO Max. Relembre:
Triângulo amoroso 411r4q
Um dos motivos mais comumente apontados para a rixa é o suposto triângulo amoroso entre Bolaños, Villagrán e Florinda Meza, que interpretava a Dona Florinda e ficou com o intérprete de Chaves de 1977 até o fim da vida do humorista, em 2014. Segundo Villagrán, a atriz o abordou com cantadas insistentes no início do seriado. A intensidade seria tanta que o ator teria pedido ajuda a Bolaños para rejeitá-la. Meza, entretanto, se recusa a responder perguntas sobre o assunto, tendo dito em 2023 que contemplá-las seria promover a imagem “de alguém que não vale um centavo”. Em 2015, o próprio Villagrán negou que o suposto envolvimento teria distanciado ele de Bolaños: “Foi uma coisa ageira, que não fez mal a ninguém e que não vale a pena sequer falar disso”, frisou à revista Basta.

A saída conturbada 5d5u5q
Em 1979, sete anos após a concepção do personagem Chaves e sua turma, Villagrán decidiu abandonar o programa. Inicialmente, sua justificativa foi o desejo de tocar carreira solo como Quico, mas, anos depois, o ator mudou a versão e disse ter sido alvo da inveja de Bolaños, que teria diminuído o espaço para o personagem até arrancá-lo do programa. Já Bolaños afirmou que a decisão de partir foi unilateral e autônoma, alegação apoiada por outros colegas do elenco.
Após a saída, o intérprete de Quico planejava estrelar uma nova série do personagem no canal Televisa, mas se recusou a incluir o nome de Bolaños nos créditos como criador da figura. Por conta do ime de direitos autorais, o pai de Chaves não permitiu que o projeto continuasse. Villagrán o processou, mas rapidamente perdeu o caso. Em tentativa de intervir, o presidente da emissora, Emilio Azcárraga Milmo, propôs que o bochechudo ganhasse um próprio programa, desde que Bolaños o supervisionasse, o que foi novamente rejeitado. Farto, Milmo baniu Villagrán de múltiplos canais e o proibiu de realizar shows como Quico no México e em outros países da América Latina. A brecha esperada surgiu em 1980, quando a emissora venezuelana independente Rádio Caracas Televisión lhe ofereceu um programa próprio mediante uma pequena alteração de grafia. Assim nasceu Kiko Botones — o mesmo garoto, agora com K. Villagrán permaneceu no país até 1987.

Após anos de afastamento, Villagrán participou de uma homenagem a Bolaños na Televisa, mas a cordialidade não durou. Dias depois, o ator voltou a criticar o colega na mídia e cimentou o fim da relação. Eles nunca mais se falaram. Em 2013, quando o criador de Chaves enfrentava problemas de saúde, seu rival disse que Deus estava castigando o rival por sua ganância. No ano seguinte, quando Bolaños morreu, Villagrán lamentou não ter feito pazes em vida.
Como a série Chespirito retrata a rivalidade entre Chaves e Quico 174w71
Com episódios novos às quintas-feiras, o seriado biográfico Chespirito, da HBO Max, trocou o nome de Villagrán pelo pseudônimo Marcos Barragán, a fim de evitar problemas legais com o ator de 81 anos. Ao começo de cada episódio, a produção alerta que semelhanças com pessoas reais é coincidência. Ainda assim, o personagem vivido por Juan Lecanda é retratado de maneira caricata e abrasiva, sempre colocado em situações que demonstram arrogância e falta de educação. Já no primeiro episódio, ele assedia a mãe de um fã e é rude com outra. A adaptação da autobiografia Sem Querer Querendo, lançada por Bolaños em 2005, é roteirizada por dois de seus filhos: Roberto e Paulina Gómez Fernández. Depois de décadas, algumas desavenças se tornam herança.
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