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Informação e análise

Senado desconfia de Lira, derrota Bolsonaro e fecha “atalho” legislativo 3jb6l

Senadores fecham "atalho" explorado pelo governo com Arthur Lira, que dava à Câmara poder de decisão final sobre projetos, 'recheados de "jabutis" 4rq1s

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 set 2021, 08h30

Em apenas sete dias, o governo amargou três derrotas no Senado.

Na quarta-feira da semana ada, Jair Bolsonaro assistiu à rejeição do seu pedido de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Ontem, viu a derrubada da sua minirreforma trabalhista e a revogação do limite para gastos de empresas estatais com a saúde dos empregados.

Ficou pior. Com apoio declarado de ampla maioria (63%) do plenário, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco anunciou o fim de um “atalho” muito explorado pelo governo, em coordenação com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, que dava aos deputados o poder de decisão definitiva sobre os projetos, principalmente Medidas Provisórias.

Pacheco deixou claro que os senadores haviam perdido a “confiança” na Câmara, porque deixara de cumprir “compromissos”.

Há tempos, deputados agrupados no bloco Centrão, liderado por Lira, têm ignorado mudanças feitas pelo Senado em projetos apresentados pelo governo (Medidas Provisórias).

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Medidas Provisórias, por exemplo, eram recebidas na Câmara, e aprovadas com dispositivos negociados por deputados aliados do governo — os “jabutis”, na ironia parlamentar.

Os textos seguiam para o Senado, que expurgava os “jabutis”. Pelo rito legislativo, as MPs obrigatoriamente voltavam à Câmara, que restaurava o conteúdo modificado pelos deputados em votação definitiva. Na sequência, Bolsonaro sancionava.

Ontem, os senadores decidiram se rebelar durante a votação da minirreforma trabalhista proposta pelo governo. A Medida Provisória já havia sido aprovada no Senado no ano ado, e foi remetida à Câmara com 25 artigos. Voltou recheado de “jabutis”, comum total de 94 artigos.

Cid Gomes (PDT-CE) resumiu o problema: “O que a Câmara descobriu foi um atalho para transformar o sistema legislativo brasileiro num sistema unicameral.”

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“É inacreditável”, comentou o senador José Aníbal (PSDB-SP). “Inacreditável que a Câmara, ao discutir essa medida provisória, tenha acrescentado 69 artigos – 69 artigos! –, entre eles, um que modifica 70 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho. Realmente, é um escárnio!”

Esperidião Amin (PP-SC) completou: “a Câmara, como regra, não respeita e deixa que os ‘jabutis’ trafeguem. E agora nós estamos, mais uma vez, vivenciando isso. Num único artigo, alteraram mais de 70 dispositivos da CLT.”

Líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), apelou às supostas virtudes do projeto, como a promessa governamental de criação de três milhões de empregos.

Diante da resistência, foi ao limite e ameaçou renunciar ao posto. “Quero dizer, em nome da Liderança do Governo que, se o texto aprovado aqui não for respeitado pela Câmara, eu me retiro da Liderança do Governo. Não tenho condições de continuar, porque acordos são sendo feitos para serem cumpridos”.

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Bezerra
Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado — (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Omar Aziz (PSD-AM) não resistiu ao bom-humor. “Nós vamos votar contra para mantê-lo na Liderança, porque eles [os deputados] não vão cumprir. E, se o senhor largar a Liderança, aí é que vai ficar muito mais difícil essa interlocução [com a Câmara e o governo].”

A derrota do governo foi por ampla maioria (47 votos contra 27). Repetiu-se, na sequência, na derrubada do limite para gastos com planos de saúde dos empregados de empresas estatais.

Há extravagâncias, como gastos de até R$ 3 mil por empregado quando a despesa por habitante no orçamento do Sistema Único de Saúde é de R$ 59,00.

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O alvo, no entanto, era o projeto governamental de privatização dos Correios, onde estão empregados mais de 100 mil carteiros. Os senadores consideram questionável a venda dessa estatal no formato proposto pelo Ministério da Economia. Há, também, um componente eleitoral, segundo o presidente da CAE, Otto Alencar (PSD-BA): mesmo quem é a favor da privatização não quer relatá-lo.

A lista de fracassos do governo no Senado deve ser ampliada ainda nesta semana, com a devolução de uma Medida Provisória regulamentando investimentos em ferrovias. Isso porque há um projeto em andamento desde de 2018, do senador licenciado José Serra (PSDB-SP).

A Casa Civil sabia que seria aprovado, e mesmo assim o governo decidiu editar uma MP nesta semana. Resultado: será atropelado. Numa rara iniciativa, a Comissão de Assuntos Econômicos pediu ao presidente do Senado, por escrito, que devolva a Bolsonaro o texto que ele enviou. Foi decisão unânime, até aliados do governo apoiaram.

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