Em meio a racha, Rui Falcão registra candidatura à presidência do PT 2h5v1q
Sucessão na sigla de Lula tem sido marcada por disputa entre diferentes alas 6m5x24

Em meio a uma disputa pelo comando da legenda, o deputado federal Rui Falcão (PT-SP) registrou oficialmente, nesta sexta-feira, 25, a sua candidatura à presidência do Partido dos Trabalhadores.
Ex-presidente da sigla (1993-94 e 2011-17) e nome próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parlamentar enviou ao Diretório Nacional a documentação necessária para concorrer ao posto. Ele, que integra a corrente Novo Rumo, já havia anunciado publicamente a sua candidatura em ato realizado em São Paulo, em 14 de abril.
“Com uma trajetória marcada pela coerência política, pelo compromisso com as bases e pela defesa do projeto democrático e popular, Rui Falcão reafirma, com esse gesto, sua disposição de construir um PT ainda mais conectado à luta do povo brasileiro”, diz comunicado emitido pela equipe do petista.
“Sua candidatura tem como bandeiras a reorganização do partido a partir da militância, o enfrentamento à extrema direita e a defesa de um programa transformador, voltado à redução das desigualdades e à construção de uma sociedade mais justa, democrática e solidária”, assinala a nota.
O PT realiza neste ano o seu Processo de Eleição Direta (PED) para renovar as direções municipais, estaduais e a nacional, por meio do voto direto dos filiados. O processo será concluído em 6 de julho. Atualmente, a sigla é comandada por Humberto Costa (PT-PE), que substituiu a ex-presidente Gleisi Hoffmann após a sua ida para a Secretaria de Relações Institucionais do governo.
Adversários 50kf
Rui Falcão tem como principal adversário o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, também próximo a Lula e coordenador da campanha vitoriosa do atual presidente em 2022. Edinho, que é da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), é considerado o porta-voz da “moderação” na disputa e já reuniu apoio de petistas graúdos, como o ex-ministro José Dirceu. Ele tem defendido uma “organização de base” do PT, conectada com a realidade da população, aberta a mudanças e voltada à renovação, com apelo aos jovens. Também tem deixado claro que a legenda precisa construir a maior aliança possível para 2026 — ele foi um dos articuladores da “frente ampla”, que trouxe políticos de centro para o palanque de Lula em 2022.
Em uma linha oposta, Falcão tem criticado o movimento ao centro feito pelo partido e ressaltou que a legenda precisa “reafirmar o seu horizonte histórico” defendido desde sua origem: a construção de uma sociedade socialista, na qual “o poder político e as riquezas estejam sob a direção das classes trabalhadoras”. No manifesto em que lançou a sua candidatura, defendeu o fim das limitações impostas pelo arcabouço fiscal, disse que o PT precisa voltar a ter um pé nas instituições e outro na organização popular e relativizou a busca incessante por uma frente ampla.
Há, ainda, outros postulantes: Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda, Romênio Pereira, do Movimento PT, e Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ) e integrante da CNB.