Gestão Lula usa chefe do PCC para tentar melhorar sua imagem na segurança 5e435a
Lewandowski diz que prisão de criminoso na Bolívia foi 'vitória muito importante contra o crime', cita participação do presidente e defende PEC da Segurança h4u6q

A prisão de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, apontado como um dos principais líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), está servindo para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva se apoiar na ação conjunta das polícias brasileira e boliviana e, com isso, tentar melhorar a combalida imagem da gestão na área de segurança pública.
O episódio foi utilizado para tentar vender a imagem de um triunfo da gestão na área. “O governo brasileiro teve uma vitória muito importante em sua luta contra o crime organizado, que foi justamente a prisão, na Bolívia, de um delinquente de alta periculosidade ligado a uma importante facção criminosa no Brasil”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em coletiva sobre a prisão de Tuta nesta segunda-feira, 19. Além dele, participaram da entrevista o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei os Rodrigues, e o secretário-geral da Interpol e delegado da PF, Valdeci Urquiza.
A comemoração com a prisão de um criminoso desse tamanho tem um motivo: a condução da segurança pública pelo atual governo é mal avaliada pelos brasileiros, que continuam com sensação de impotência perante a ação de criminosos. De acordo com pesquisa Genial/Quaest, divulgada no dia 30 de abril, 38% acreditam que o trabalho do governo federal na área é ruim, enquanto apenas 25% o avaliam de maneira positiva e outros 32% o consideram apenas regular. O mesmo levantamento mostrou que os entrevistados têm mais confiança nos órgãos de segurança estaduais. Na mesma pesquisa, a violência aparece como a principal preocupação dos brasileiros (29%), à frente de questões sociais (23%) e economia (19%).
Participação de Lula 3r1j8
Com a preocupação com a violência em alta e o crime organizado se fortalecendo no país — chegando até a se infiltrar no poder público, por meio de contratos e até candidaturas nas eleições –, é quase certo que a segurança pública será o principal tema da próxima campanha presidencial. Durante a entrevista, Lewandowski, não à toa, citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos envolvidos na operação que resultou na prisão. “O presidente da República foi imediatamente informado, e determinou que o Itamaraty fosse avisado e envolvido na negociação para trazer este criminoso para o Brasil. Tuta foi detido em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e entregue para agentes da Polícia Federal em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, depois de ser expulso do país vizinho.
PEC da Segurança 274y4x
Lewandowski também aproveitou a prisão do chefe do PCC para vender a necessidade de aprovação da PEC da Segurança, um projeto gestado no seu ministério e que é, por ora, a grande ação do governo Lula na questão do enfrentamento aos grupos criminosos organizados. “As investigações (sobre Tuta) começaram em São Paulo, com o combativo Ministério Público paulista. Isso mostra o entrosamento das forças locais com as forças federais e é o que almejamos com a PEC da Segurança”, disse o ministro ao aproveitar para fazer propaganda da proposta que tramita no Legislativo e que enfrenta muitas críticas da bancada oposicionista e dos governadores de estados, temerosos de perderem protagonismo.
Prisão federal 5iq2s
Durante a coletiva, Lewandowski também enfatizou que o presídio federal de Brasília, para onde Tuta foi levado, “é o mais seguro possível” do Brasil. Ele ainda minimizou a possibilidade de a mesma unidade prisional abrigar aquele que é considerado o chefe máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Segundo o ministro, “não há perigo de contato dele (Tuta) com outros membros da facção”.