A dura constatação de Gonet sobre o papel dos militares no plano de golpe b625m
Chefe da PGR apresentou denúncia, nesta terça, em que aponta Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa 296s2r

No trecho em que aborda o papel dos comandantes militares na trama golpista, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destaca que os chefes do Exército e da Aeronáutica foram contrários ao projeto golpista de Jair Bolsonaro, mas o então ministro da Defesa e o comandante da Marinha aderiram ao plano criminoso.
“Embora o general Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Baptista Junior se tenham posicionado contra o golpe de Estado concebido pela organização criminosa, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos e o general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira a ele aderiram”, diz Gonet.
“Um ministro da Defesa não convoca comandantes das três armas ao seu gabinete e lhes apresenta um projeto de decreto do tipo em apreço senão por um de dois motivos — para concitá-los a medidas drásticas contra o presidente da República proponente da quebra da normalidade constitucional ou para se expor favoravelmente à adesão ao golpe. A segunda hipótese foi a que se confirmou”, segue Gonet.
O chefe da PGR lembra que o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, estava na primeira reunião em que o plano golpista foi apresentado no Palácio da Alvorada e nada fez, o que configura seu envolvimento na trama. “A presença do ministro da Defesa na primeira reunião em que o ato consumador do golpe foi apresentado, sem oposição a ele, sem reação alguma, significava, só por isso, endosso da mais alta autoridade política das Forças Armadas”, diz Gonet.