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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário

É hora de parar de demonizar o processo de verticalização das cidades

Processo é fundamental para a modernização e crescimento das metrópoles

Por Renata Firpo
20 Maio 2025, 12h54

As cidades brasileiras estão mudando de cara. Nas grandes metrópoles é cada vez mais comum ver antigas casas e prédios sendo substituídos por edifícios modernos, de múltiplos andares. Diante desse cenário, muitas pessoas têm se manifestado contra essa transformação urbana, culpando o mercado imobiliário pela perda da “identidade” das cidades. Será que essa mudança é mesmo tão nociva assim?

É fundamental olhar para esse fenômeno com mais profundidade. A verticalização urbana, embora impactante, é um reflexo direto da modernização e do crescimento das metrópoles. São Paulo, por exemplo, não seria o polo econômico que é hoje sem a transformação constante do seu território.

O que acontece, na prática, é que os terrenos bem localizados estão cada vez mais escassos. As incorporadoras, ao buscarem áreas para novos empreendimentos, acabam adquirindo casas antigas, pequenos prédios e lojas comerciais. A ideia não é destruir o ado, mas viabilizar novos espaços que atendam às demandas atuais da população, como segurança, mobilidade, sustentabilidade e praticidade.

Tem sido bastante comum ver posts nas redes sociais criticando a substituição de lojas tradicionais por torres residenciais. Reclamam da perda das padarias, dos empórios e das farmácias que, em outros tempos, faziam parte da memória afetiva do bairro. Mas a pergunta que precisa ser feita é: quem tanto critica e lamenta pelo fim desse comércio de rua costumava frequentar e ajudar os comerciantes a manterem seu negócio? Elas eram realmente valorizadas pela comunidade?

A verdade é que, por falta de clientes, muitos desses comércios mais tradicionais já vinham enfrentando dificuldades. A concorrência com o e-commerce, com shoppings e a constante insegurança nas ruas deixaram os proprietários cansados e muitos negócios defasados. Alguns donos aguardavam ansiosamente uma proposta que lhes permitisse vender o ponto e, finalmente, se aposentar com dignidade. Para eles, a chegada de um novo projeto imobiliário não é uma tragédia, é uma oportunidade.

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Outro ponto importante é a presença crescente de empreendimentos com fachadas ativas, ou seja, prédios que mantêm lojas no térreo. Isso contribui para manter o movimento nas ruas e ainda trazer novos comércios, modernos e mais adaptados aos hábitos contemporâneos. É uma forma de reinventar o uso do espaço, sem necessariamente apagar toda a função social daquele espaço.

É claro que todo esse processo gera impacto, e não se deve ignorar os afetos, as memórias e os vínculos emocionais que muitas pessoas têm com os lugares da cidade. Mas isso não pode impedir a evolução urbana. O mundo muda, e as cidades também. É preciso encontrar um equilíbrio entre o respeito à história e a necessidade de acompanhar o tempo.

A verticalização também tem vantagens práticas: permite maior densidade populacional em regiões bem servidas de infraestrutura, reduz a pressão sobre áreas mais afastadas e pode, se bem planejada, contribuir para um transporte público mais eficiente e menos uso de carros. Além de tudo, prédios modernos no lugar de construções antigas e abandonadas, valorizam todo o entorno. O impacto, além de social, é também comercial.

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O que não se pode permitir é um crescimento desordenado, sem responsabilidade social. A modernização precisa caminhar junto com políticas públicas que promovam inclusão, o à moradia, preservação de patrimônio relevante e diálogo com as comunidades locais. Talvez as críticas não devam ser tão centralizadas para o mercado imobiliário e, sim, incluir a istração pública no planejamento de um plano diretor que mantenha esse equilíbrio entre modernização e identidade da cidade.

A cidade está viva. E como todo organismo vivo, ela se adapta, se transforma e, às vezes, se reinventa. O importante é que essa transformação seja feita com consciência, planejamento e respeito — não colocando o ado como algo intocável, mas como base para um futuro mais funcional e adaptado às necessidades contemporâneas.

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