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O Peru é aqui 1r6p6n

As muitas “coincidências” que unem Lima e Brasília 363j3l

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 abr 2025, 06h00

O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, e sua mulher, Nadine Heredia, foram condenados a quinze anos de cadeia por receberem ilegalmente 3 milhões de dólares da Odebrecht. A corrupção foi confirmada pelo diretor Jorge Barata e por seu então chefe, Marcelo Odebrecht — que disse ser Lula o mandante. Humala é o quarto presidente preso (um quinto se suicidou).

É uma realidade que a gente conhece bem: Lula e Temer foram presos, Collor está condenado, Bolsonaro está a caminho; no Rio de Janeiro, nada menos do que cinco ex-governadores já foram presos por corrupção.

Segundo Malu Gaspar, que esquadrinhou a corrupção da Odebrecht no livro A Organização, Nadine recebeu dinheiro vivo de Barata em várias levas, sempre em uma mochila. Por aqui, mochila é o ório favorito de dez entre dez corruptos e corruptores, a tal ponto que o mais famoso dos coletores de dinheiro sujo do país, João Vaccari Neto, ganhou o simpático apelido de “Moch”. Por falar em mochila, e por falar no Rio, o atual governador, Cláudio Castro, é o centro de um escândalo no qual é acusado de ter recebido uma mochila com dezenas de milhares de reais.

Nadine pediu asilo diplomático na embaixada brasileira ainda durante a leitura da sentença. No mesmo dia, Lula aceitou, obteve salvo-conduto com o governo do Peru e já no dia seguinte mandou um avião da FAB — pago com o seu, o meu, o nosso dinheiro — buscar a autodeclarada perseguida.

O asilo a Nadine foi concedido com base em um tratado que diz que compete ao país hospedeiro esclarecer a natureza do delito ou os motivos da perseguição. Luiz Inácio (que deu asilo para o criminoso Battisti, mas devolveu os atletas cubanos) não esclareceu nada, fez porque quis e pronto.

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“No mundo maravilhoso de Lula, ele é uma pobre vítima de perseguição, de modo que Nadine deve ser também”

No mundo maravilhoso de Lula — onde a Lava-Jato foi orquestrada pelos EUA para enfraquecer a soberania do Brasil e prejudicar a Petrobras —, ele é uma pobre vítima de perseguição, de modo que Nadine deve ser também. Para quem vive no mundo real, é a velha lógica do “aos amigos, tudo; aos outros, a lei”.

Jair Bolsonaro, o golpista investigado também por desvio de joias que pertencem ao patrimônio público, criticou Lula por “se solidarizar com quem rouba do próprio povo”. Os bolsonaristas, que defendem anistia para quem depredou o patrimônio público, reclamam da “anistia” para a criminosa peruana.

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O advogado de Nadine, Wilfredo Pedraza, diz que a investigação peruana padece dos mesmos defeitos e excessos da Lava-Jato. Pedraza — um ex-ministro do Interior que caiu por dar proteção ilegal a um assessor de Vladimiro Montesinos (o chefe do esquema de corrupção que levou à queda e prisão de Alberto Fujimori) — é, ele próprio, investigado por obstrução de justiça no caso Nadine.

A escolha de advogado de Nadine lembra a do almirante golpista Almir Garnier, que nomeou Demóstenes Torres, o senador paladino da ética que caiu por ter ligações perigosas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, pivô do escândalo da “máfia dos caça-níqueis”. Seja como for, Pedraza tem razão. Há muita coisa em comum entre o Brasil e o Peru — e não é só a Lava-Jato.

Publicado em VEJA de 25 de abril de 2025, edição nº 2941

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