O verdadeiro motivo por trás da ausência de Os Mutantes em doc de Rita Lee 3kt5y
Produção da Max revisita carreira da artista rebelde que marcou a história da música brasileira 6p272k

Disponível na Max desde a última quinta-feira, 8, o documentário Rita Lee: Mania de Você narra boa parte da carreira e vida pessoal da cantora iconoclasta, além de conter a leitura da carta de despedida escrita por ela e endereçada ao marido, Roberto de Carvalho, e aos três filhos do casal, Beto, João e Antônio. Para os fãs mais detalhistas de Rita Lee (1947-2023), a produção tem um problema: a história é contada a partir da parceria musical de Rita com a banda Tutti-Frutti em 1973, ignorando o início de sua carreira com Os Mutantes na década de 1960. Entretanto, existe um motivo plausível para isso.
Em entrevista a VEJA, Roberto de Carvalho explicou a razão do documentário ter deixado Os Mutantes de fora: isso foi uma escolha de Sérgio Dias, um dos integrantes da banda. “Teve um impedimento que o Sérgio Dias se opôs à presença dele no documentário. Não só a presença física dele, como a presença de músicas feitas por ele em parceria com a Rita. Por causa disso, a ausência. Quero deixar bem claro que teve uma causa. Não foi nenhuma negação, foi uma ignoração. Ignorou os pedidos de autorização [para participar do documentário]”, contou o músico e viúvo de Rita.
Parte essencial do movimento tropicalista, nos anos 60, Os Mutantes era formado originalmente por Dias e seu irmão Arnaldo Baptista, além de Rita Lee. Em 1968, ela se casou com o colega de banda Arnaldo Baptista. A relação foi marcada por traições de Baptista, brigas e a tentativa de subestimar o talento dela, culminando com a sua expulsão da banda em 1972 pelo próprio músico. Com sua saída, o grupo perdeu o rumo e ela se viu diante do desafio de começar praticamente do zero, como cantou em Mamãe Natureza (“não sei se vou ter algum dinheiro ou se só vou cantar no chuveiro”). Junto com a banda Tutti Frutti, lançou esse e outros sucessos, inclusive Ovelha Negra. Foi também nessa época que ela conheceu, em 1976, o guitarrista Roberto de Carvalho, por quem se apaixonou e que se tornaria seu grande parceiro musical e de vida.
Ao deixar a banda Tutti Frutti, em 1978, Rita seguiu em carreira-solo, tendo a seu lado Roberto como parceiro criativo, de negócios e romântico. Ao não se prender no rock e ear também por outros ritmos como samba, pop e até a disco music, Rita ampliou os horizontes de seu gênero de origem e seu próprio alcance popular, compondo canções incontornáveis da música brasileira que ajudaram a revolucionar o cenário do pop nacional. Foram inúmeras pérolas com arranjos e letras sofisticadas, mas íveis o bastante para cair no gosto do povão.
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