A incoerência de Manuela Dias sobre política em ‘Vale Tudo’ 3m53y
Remake enfrenta dificuldades de emplacar 1xj3b

Uma das discussões, antes da estreia de Vale Tudo na TV Globo, se voltava para como o remake iria abordar a questão política, tão presente no original de 1988. Buscando um tom de neutralidade, acreditava-se que a emissora não tornaria explícitos os ideais das personagens, principalmente da vilã, Odete Roitman. O mesmo foi reinterado pela autora, Manuela Dias, quando questionada durante a festa de lançamento da produção, no Copacabana Palace, pela coluna GENTE. “Tudo é política. O que a gente come é política, o que a gente veste é política e a novela, sem dúvida, é uma novela política, como todas as outras. O Dias Gomes fazia novelas muito políticas. É a novela da reabertura, então, naquele momento, poder falar era muito importante. E hoje em dia a gente tem esse desafio, claro, porque poder falar parece um direito garantido, mas nenhum direito é garantido. E o Brasil é um prato cheio, para gente se questionar, para gente se ver. Assim como Vale Tudo original não vinha com respostas para isso, mas trazendo questões para mesa. Esse é o nosso papel. Não é dizer como tem que ser, nem como é, porque isso não está ao alcance da gente”.
Porém, em um dos últimos capítulos, Odete Roitman (Debora Bloch) revelou que é de direta, utilizando da ironia. A posição conservadora, atualmente atrelada ao bolsonarismo, veio após a empresária descobrir que Solange (Alice Wegmann) já foi presa como black bloc. “Nós duas podemos nos entender, apesar das nossas diferenças, que são muitas. Inclusive políticas. O que não chega a ser um problema, porque faz parte da civilização conviver com pessoas que pensam diferente de nós, não é mesmo? Eu tenho amigos de esquerda que são até muito inteligentes”, disse a vilã.