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Acordo EUA-China vai evitar alta de preços? Walmart diz que não

Esta semana nas bolsas foi marcada por um alívio momentâneo de quem esperava o pior. Mas o cenário inflacionário e de desaceleração permanece

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2025, 09h52

Depois de semanas de muitas incertezas e de uma sequência apavorante de notícias ruins na seara comercial, com Estados Unidos e China cobrindo sucessivamente as novas tarifas um do outro,  os investidores estavam ávidos por qualquer manchete que lhes permitisse recuperar o otimismo. Na segunda-feira, 12, foi anunciado o acordo fechado por negociadores chineses e americanos em Genebra, na Suíça, concordando em cortar as astronômicas taxas de importação mútuas por 90 dias. Dessa forma, por exemplo, as tarifas americanas sobre os produtos chineses, que estavam em 145%, foram reduzidas para 40% — ainda muito mais altas do que eram antes de Donald Trump assumir a presidência, mas melhor do que ficar como estava. Resultado: num surto de euforia, as bolsas registraram altas significativas ao redor do mundo. Justificado? Os riscos da guerra tarifária sumiram do mapa? Não é bem assim.

Economistas mais céticos — ou cautelosos — lembraram que o acordo foi apenas um recuo tático dos dois países e que as incertezas continuam. Trump aparentemente foi pego de surpresa pela disposição da China de bater de frente na escalada tarifária e acabou por se dobrar às pressões do setor empresarial americano. Mas ele ainda tem um objetivo a cumprir e não deve desistir. As tarifas podem voltar a subir ou cair ainda mais. O problema é que essa incerteza prejudica o planejamento das empresas — sem contar que os preços ficarão mais caros nos Estados Unidos mesmo com o acordo.

Foi esse o alerta feito pelo Walmart, a maior rede varejista do mundo, nesta quinta-feira, 15. O presidente da empresa, Doug McMillon, avisou que os preços nas prateleiras ficarão mais caros conforme os estoques forem renovados, mesmo com o recuo nas tarifas entre Estados Unidos e China. A explicação é simples: apesar do acordo, o imposto pago para importar os produtos da China continua muito mais alto do que era antes. E como as margens de lucro no setor são apertadas, não é possível absorver a diferença.

A empresa apresentou um aumento de 4,5% no lucro anualizado no relatório do primeiro trimestre deste ano, mas reteve o anúncio da previsão de resultados para o segundo trimestre por causa do cenário de incerteza.

As importadoras de bens de consumo nos Estados Unidos estão vivendo dias de turbulência. Antes de Trump anunciar seu tarifaço, em 2 de abril, elas aceleraram os pedidos para aumentar seus estoques nos Estados Unidos antes que as novas taxas entrassem em vigor. Depois, as compras da China praticamente cessaram. Agora, voltam a considerar a possibilidade de retomar as importações — mas tendo que pesar o quanto o preço final para o consumidor pode acabar por derrubar as vendas.

O cenário inflacionário permanece e o risco de desaceleração econômica, também. Esta foi uma semana marcada por um tipo peculiar de otimismo: o alívio momentâneo de quem esperava o pior.

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