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Cafézinho a R$ 50? O que explica a alta da bebida e por que o preço tende a subir

Preços saltaram de R$ 35,09 no início de 2024 para R$ 48,57. Fatores climáticos e maior demanda pela bebida devem continuar pressionando a alta

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jan 2025, 14h32 - Publicado em 13 jan 2025, 14h22

O café, bebida queridinha de milhões de brasileiros, tem se tornado cada vez mais inível para o consumidor local. O preço subiu 39,60% em 2024, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE na sexta, 10. Esse aumento, junto à alta de 7,69% nos preços dos alimentos e bebidas, foi um dos principais responsáveis por levar a  inflação a fechar o ano acima da meta, em 4,83%. Embora a inflação seja frequentemente atribuída a uma má gestão governamental – uma análise que se sustenta em parte devido às incertezas fiscais e à pressão do dólar – o café apresenta uma dinâmica própria e um cenário atípico que explicam esse aumento acentuado nos preços da bebida.

Para entender a dinâmica da bebida, é preciso ir além dos fatores macroeconômicos e considerar os desafios específicos da produção cafeeira, marcada por um ciclo de bienalidade que, nos últimos anos, tem sido quebrado por fenômenos climáticos extremos. A produção, normalmente maior em um ano e menor no seguinte, tem apresentado quedas acentuadas devido a secas severas, geadas e chuvas fora de época, particularmente nos dois maiores produtores de café do mundo: Brasil e Vietnã.

Em um cenário atípico, as mudanças climáticas não apenas afetaram as safras, mas também impulsionaram uma elevação global no preço do café. O valor dos grãos de café arábica, que representam a maior parte da produção mundial, ultraou os US$ 3,44 por libra (cerca de 0,45 kg) — um aumento superior a 80% no ano de 2024. Com isso, os preços do café no Brasil, que em janeiro do ano ado estavam na casa dos R$ 35,09, saltaram para R$ 48,57 por pacote de 1 kg, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A última grande alta no preço do café foi registrada em 1977, após uma geada devastadora nas plantações brasileiras. Agora, o Brasil sofre sua pior seca em 70 anos. Isso, seguido por chuvas intensas, colocaram em xeque a safra de 2024, cujos números ainda não são definitivos, mas indicam uma produção de 54,8 milhões de sacas, uma redução de 0,5% em relação ao ano anterior, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Se o preço já está elevado, as projeções não são animadoras. Espera-se que o valor da bebida continue a subir, pois a demanda segue aquecida, especialmente em países como a China, que duplicaram seu consumo na última década e agora se destacam em um mercado global crescente. A tensão entre oferta e demanda tem levado os produtores a questionar a sustentabilidade da produção de café, à medida que o consumo mundial aumenta e as safras diminuem. Assim, as incertezas climáticas e a pressão de um mercado em expansão indicam que o preço do café pode continuar a subir.

O café, que já foi considerado um item ível no cotidiano dos brasileiros, tem se transformado em um produto de luxo. Se você está achando que a bebida está cara, prepare o bolso: o aumento dos preços é uma tendência que pode persistir por mais algum tempo.

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