Considerada a inflação, Ibovespa ainda está longe do recorde
Índice de referência da bolsa de valores ou dos 138 mil pontos pela primeira nesta semana, mas ainda está 27% abaixo do recorde real

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, rompeu a marca dos 138.000 pontos pela primeira vez em sua história nesta terça-feira, 13, quando subiu 1,76% e fechou aos 138.963 pontos, superando o recorde anterior, que era de 137.344 pontos batidos em agosto de 2024. A pontuação máxima, entretanto, é apenas nominal, quer dizer, não leva em consideração a corrosão da inflação sobre os preços das ações que compõem o índice. Quando considerada as cotações convertidas para dólar, que são a variação que interessa aos investidores estrangeiros, donos de mais da metade das aplicações na bolsa brasileira, a pontuação atual também não é a maior já registrada.
Quando o histórico do Ibovespa é corrigido pela inflação, os quase 139 mil pontos da última terça-feira seguem ainda longe do real recorde histórico. Este segue tendo sido batido e ainda não superado há quase 20 anos, em 20 de maio de 2008. Atualizado pelo IPCA, os 73 mil pontos marcados naquela data equivalem a 191.858 pontos hoje – e a marca atual ainda está 27,6% abaixo desse valor.
Os dados foram calculados pela consultoria de dados financeiros Elos Ayta. “Na prática, apesar da pontuação recorde, o investidor que aplica com foco em preservação de poder de compra ainda não recuperou o que tinha antes da crise global de 2008”, explicou o CEO da Elos Ayta, Einar Rivero. No pregão desta quarta-feira, 14, o Ibovespa opera com pequenas oscilações perto da estabilidade e, por volta das 12h20, ficavam ligeiramente para trás do recorde, com uma retração de 0,2% e de volta aos 138.700 pontos.
Já para o investidor que vem de fora, a inflação doméstica não influencia a sua renda, e são as variações do dólar em relação ao real que vão definir os seus ganhos finais em sua moeda de origem. Quando considerado o índice do Ibovespa em dólares, a pontuação atual está em 24.699 pontos. É 44,6% menos do que a pontuação recorde de 2008, quando a pontuação em dólares chegou a 44.616 pontos, de acordo com a Elos Ayta. Na prática, isso significa se um estrangeiro comprou reais naquela época para aplicar nas ações brasileiras, e as vendesse hoje e fizesse a conversão dos ganhos de volta para o dólar, sairia com quase 45% menos do que o valor que aplicou.