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Após cenas de caos e despreparo, grupo de ajuda humanitária interrompe distribuição em Gaza 245n2

Na véspera, ao menos 27 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por tiros disparados pelas tropas de Israel próximos a ponto de entrega de alimentos 6i83v

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2025, 11h23 - Publicado em 4 jun 2025, 09h46

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) suspendeu nesta quarta-feira, 4, a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza após uma série de episódios em que forças israelenses abriram fogo em meio ao caos de palestinos desesperados por suprimentos. Na véspera, ao menos 27 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por tiros disparados pelas tropas de Israel próximos a um local de distribuição de alimentos da GHF, um controverso grupo apoiado por Washington e Tel Aviv, em Rafah, no sul do enclave.

Ao anunciar a decisão, a fundação disse que solicitou às Forças de Defesa de Israel (FDI) que “orientem o fluxo de pessoas de forma a minimizar confusões ou riscos de escalada” nos pontos de entrega. O grupo também afirmou que sua “maior prioridade continua sendo garantir a segurança e a dignidade dos civis que recebem ajuda”, apesar de críticas das Nações Unidas sobre a sua atuação em Gaza.  A suspensão temporária também procura colocar em prática “trabalhos de renovação, reorganização e melhoria de eficiência”, segundo a GHF.

“Devido às atualizações em andamento, a entrada nas áreas do centro de distribuição está sendo gradualmente proibida! Por favor, não se dirijam ao local e sigam as instruções gerais. As operações serão retomadas na quinta-feira. Por favor, continuem acompanhando as atualizações”, alertou a fundação em comunicado.

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Ressalvas da ONU 4p1u5e

Na semana ada, as Nações Unidas criticaram o envio de ajuda humanitária pelo grupo privado americano. A Fundação Humanitária de Gaza  iniciou as operações de fornecimento de alimentos em 26 de maio, embora agências da ONU e de outras organizações humanitárias tenham se recusado a cooperar com o grupo, por usar seguranças armados na distribuição de suprimentos e pela ineficácia.

“Não participamos desta modalidade pelas razões apresentadas. É uma distração do que é realmente necessário”, disse Jens Laerke, porta-voz do escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, em inglês), em coletiva em Genebra na última terça-feira, 27.

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Laerke também apelou para que Israel libere os milhares de caminhões que aguardam permissão na fronteira. Ele disse os veículos que recebem o sinal verde israelense são “selecionados a dedo”, o que agrava a catástrofe humanitária por atrasar o recebimento de alimentos, medicamentos e água pelos palestinos.

Já no primeiro dia de distribuição de ajuda, pouco depois das críticas de Laerke, as Forças de Defesa de Israel (FDI) dispararam perto de multidão de palestinos após a GHF perder controle do posto em Rafah, dando início a um tumulto. O GHF afirmou que a decisão de abandonar o local “foi tomada de acordo com o protocolo”, com o objetivo de “evitar baixas”. O exército israelense, por sua vez, afirmou que disparou “tiros de advertência” perto do complexo para retomar o controle.

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Fome e insegurança alimentar 91x3q

A população da Faixa de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, apontou um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.

O documento indicou que o cessar-fogo, que durou de janeiro a março, “levou a um alívio temporário” em Gaza, mas as novas hostilidades israelenses “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, vivem níveis de insegurança alimentar aguda. Desse número, mais de 244 mil enfrentam graus “catastróficos”. A fome generalizada, segundo a pesquisa, é “cada vez mais provável” no território. No momento, meio milhão de palestinos, um em cada cinco, estão famintos em Gaza.

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