Há risco de guerra? Entenda conflito entre Índia e Paquistão 6zg6w
Novos ataques elevaram tensões ao pior conflito entre as duas nações nucleares nas últimas décadas 5n2z6p

As Forças Armadas da Índia atacaram seis locais no Paquistão e na Caxemira, região disputada por ambos os países, nesta quarta-feira 7, levando ao pior conflito entre as duas nações nucleares nas últimas décadas.
Pelo menos 26 civis foram mortos e 46 ficaram feridos no ataque indiano, declarou um porta-voz militar paquistanês. Islamabad alegou ter derrubado cinco aviões indianos durante o ataque. Autoridades do Ministério da Defesa indiano, no entanto, não confirmaram o número.
Enquanto isso, dois porta-vozes militares da Índia disseram em uma coletiva de imprensa na capital que os alvos atacados se tratavam de locais ligados aos grupos militantes islâmicos Jaish-e-Mohammed (JeM) e Lashkar-e-Taiba (LeT). O JeM afirmou em um comunicado na quarta-feira que dez parentes de seu líder, Masood Azhar, foram mortos no ataque.
Os ataques ocorrem poucas semanas depois de 26 turistas, a maioria indianos, terem sido mortos por terroristas na Caxemira. A Índia culpou o Paquistão pelo ataque, enquanto Islamabad negou qualquer envolvimento.
Risco de guerra h6r2f
Os novos ataques indianos — os mais abrangentes desde que os países vizinhos travaram uma guerra em 1971 — aumentaram os riscos de um conflito maior eclodir na região.
Após Nova Délhi afirmar que seus mísseis atingiram precisamente “infraestruturas terroristas” do outro lado da fronteira na quarta-feira, o gabinete do primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, declarou que as Forças Armadas do país foram autorizadas a realizar “ações correspondentes”.
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Diante do risco de agravamento da crise, países como Rússia e China pediram calma e apaziguamento entre as duas nações. Um ministro britânico disse que seu governo está pronto para ajudar ambos os lados a conter a situação.
Disputa pela Caxemira 1m2i3h
Dos seis locais atingidos por mísseis indianos na quarta-feira, dois são cidades na Caxemira istrada pelo Paquistão —Muzaffarabad e Kotli.
A Caxemira, localizada no Himalaia, é um dos focos de conflito mais perigosos do mundo. Disputada pela Índia e pelo Paquistão desde a partilha do subcontinente indiano após o fim do domínio em 1947, a região é atualmente dividida pela Linha de Controle (LoC) — uma fronteira que separa as áreas controladas por cada país —, mas ambas as nações reivindicam em sua totalidade.
Desde a independência do Reino Unido, os dois países, ambos detentores de armas nucleares, já travaram três guerras diretamente ligadas à disputa pela Caxemira.
Na parte controlada pela Índia, um movimento insurgente armado tem sido desenvolvido desde 1989. Grupos rebeldes, alguns desenvolvidos à independência e outros à anexação ao Paquistão, enfrentam forças de segurança indianas em um conflito que já deixou milhares de mortos.
Um dos episódios mais marcantes foi o atentado de Pulwama, em 2019, quando um homem-bomba matou 40 membros das forças de segurança indianas. Em resposta, a Índia cometeu ataques aéreos dentro do território paquistanês — a primeira incursão do tipo desde a guerra de 1971 entre os dois países.