Lula diz que Israel precisa ‘parar com vitimismo’ e que guerra em Gaza é ‘genocídio’ 46191k
Declaração ocorre poucos dias após petista afirmar que 'a maioria do povo judeu não concorda com essa guerra', definida por ele como 'uma vingança' 6y4h5l

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 3, que Israel deve parar com o “vitimismo” e acusou o país de cometer “genocídio” na Faixa de Gaza. A declaração ocorre poucos dias após o petista afirmar que “a maioria do povo judeu não concorda com essa guerra”, definida por ele como “uma vingança de um governo com a possibilidade de criação de um Estado Palestino”. Na ocasião, ele também disse que “um exército totalmente profissional” está “matando mulheres e crianças na Faixa de Gaza”.
“É exatamente por conta do povo judeu sofreu na história que o governo de Israel tinha que ter respeito e humanismo com o povo palestino. eles tratam palestinos como povo de segunda classe. (…) E vem dizer que isso é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio”, questionou Lula nesta terça-feira, renovando as críticas a repórteres no Palácio do Planalto.
Na semana ada, uma pesquisa publicada pela emissora Channel 12 revelou que 55% dos israelenses entrevistados acreditavam que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estava mais interessado em permanecer no poder do que em lutar pela libertação dos reféns. Além disso, 61% deles relataram querer o fim da guerra, contra 25% que apoiaram a expansão dos combates e a ocupação de Gaza.
A comunidade internacional também aumentou o furor das críticas contra operações israelenses em Gaza. A União Europeia (UE) anunciou em 21 de maio que revisará os laços comerciais com Israel devido à crise humanitária palestina. A chefe de política externa do bloco, Kaja Kallas, afirmou que Comissão Europeia, braço executivo da UE, reavaliará o Acordo de Associação UE-Israel, que regula as relações políticas e econômicas entre os dois lados através do livre comércio.
Países como a Alemanha também ameaçaram medidas devido à campanha em Gaza. O chanceler Friedrich Merz chegou a afirmar que a luta contra o grupo radical Hamas já não justifica a guerra no enclave palestino, iniciada em outubro de 2023. Trata-se de uma mudança de tom, já que o Berlim atua com cautela em críticas a Tel Aviv por “questões históricas”, segundo Merz, em referência à Alemanha Nazista.
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Críticas do Itamaraty r5t63
No domingo, 1º, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) também publicou o um documento criticando “nos mais fortes termos a aprovação dos assentamentos na Cisjordânia. A ocupação do território começou em 1967, no contexto da Guerra dos Seis Dias, e é proibida pela legislação internacional, algo que Israel contesta.
“Essa decisão constitui flagrante ilegalidade perante o direito internacional e contraria frontalmente o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a contínua presença de Israel no território palestino ocupado e concluiu ter esse país a obrigação de cessar, imediatamente, quaisquer novas atividades em assentamentos e de evacuar todos os seus moradores daquele território”, destacou o texto do Itamaraty.
Parte dos 22 assentamentos anunciados já foram construídos ilegalmente e agora am a ser considerados legais aos olhos das autoridades israelenses. Duas das 22 colônias anunciadas, Homesh e Sa-Nur, haviam sido esvaziadas em 2005 como parte do plano israelense de retirada da Faixa de Gaza. Os novos assentamentos estão distribuídos do norte ao sul da Cisjordânia, dividindo ainda mais o território.