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Trump diz que EUA devem ‘tomar’ Gaza e criar ‘zona de liberdade’ 1m3h1h

Comentários ecoam sua ideia para a construção de uma 'Riviera do Oriente Médio' no território, enquanto Israel intensifica ataques ao enclave 3v51j

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2025, 08h57 - Publicado em 15 Maio 2025, 08h53

US President Donald Trump addresses troops at the Al-Udeid air base southwest of Doha on May 15, 2025. (Photo by Brendan SMIALOWSKI / AFP) — O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa para soldados na base aérea de Al-Udeid, a sudoeste de Doha, durante visita ao Catar. 15/05/2025 - (Brendan Smialowski/AFP)

O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 15, que gostaria que os Estados Unidos “tomassem” Gaza e transformassem o enclave palestino em uma “zona de liberdade”. Os comentários foram feitos durante visita ao Catar, segunda parada de seu giro de quatro dias pelo Oriente Médio – que não inclui Israel ou agenda de política externa, mas sim negócios com ricos países do Golfo.

“Tenho ideias para Gaza que considero muito boas: torná-la uma zona de liberdade, deixar os Estados Unidos se envolverem e torná-la apenas uma zona de liberdade”, disse o líder americano. “Eu ficaria orgulhoso se os Estados Unidos a possuíssem, a tomassem, a tornassem uma zona de liberdade.”

De acordo com a emissora CBS News, ele acrescentou que “o problema de Gaza nunca foi resolvido” e retomou o dia dos ataques terroristas do grupo contra Israel, que fizeram eclodir a guerra, há mais de um ano e meio.

“O Hamas terá que ser enfrentado”, disse ele. “Lembrem-se, 7 de outubro foi um dos piores dias da história do mundo, eu acho, não apenas localmente nesta região, foi um dos piores e mais atrozes ataques que alguém já viu.”

Escalada nas hostilidades 1v4zw

Em meio às falas de Trump, as forças israelenses intensificam os ataques aéreos contra o enclave. Múltiplos bombardeios atingiram a cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, durante a noite, matando ao menos 92 pessoas, incluindo mulheres e crianças em casas e tendas. Foi a segunda noite consecutiva de ofensivas pesadas – na quarta-feira, 70 pessoas morreram, mais de 20 delas crianças.

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De acordo com a agência de notícias Reuters, os militares de Israel ainda não fizeram comentários sobre a nova rodada de ataques.

A agência The Associated Press informou que seu cinegrafista em Khan Younis contabilizou dez ataques aéreos na cidade durante a noite de quinta-feira e viu vários corpos sendo levados para o necrotério do hospital Nasser da cidade. Entre os mortos está um jornalista que trabalhava para a rede de televisão catariana Al Araby TV, anunciou a emissora nas redes sociais, afirmando que Hasan Samour foi morto junto com 11 membros de sua família em Khan. Younis.

“Riviera do Oriente Médio” 3h1e2b

Os comentários de Trump ecoaram uma ideia que ele lançou em fevereiro. Durante entrevista coletiva ao lado de Netanyahu, o chefe da Casa Branca já havia afirmado que “todo mundo com quem falei ama a ideia dos Estados Unidos serem donos daquele pedaço de terra”, em referência à Faixa de Gaza. Ele falou em transformá-la em uma “Riviera do Oriente Médio”, um mega empreendimento imobiliário que veria, ainda por cima, o povo palestino deslocado temporária ou permanentemente da região.

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“Os Estados Unidos assumirão a Faixa de Gaza, e faremos um trabalho com ela também. Nós a possuiremos e seremos responsáveis por desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas no local”, disse Trump, acrescentando que o país trabalharia para desenvolver economicamente a área.

Questionado por repórteres, Trump afirmou que vislumbra a possibilidade de os Estados Unidos permanecerem no controle de Gaza “no longo prazo” e que o propósito seria levar “estabilidade” ao enclave e ao Oriente Médio. Trump também não descartou enviar tropas americanas a Gaza: “No que diz respeito a Gaza, faremos o que for necessário. Se for necessário, faremos isso”.

A proposta foi condenada pela comunidade internacional. O Escritório de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, afirmou que “qualquer transferência forçada ou deportação de pessoas de território ocupado é estritamente proibida”.