Ucrânia ataca ponte que liga Crimeia à Rússia com explosivos subaquáticos; veja vídeo i4q6e
Pilares da estrutura foram gravemente danificados, de forma a comprometer rota vital de suprimentos para as forças russas 12f1r

A Ucrânia reivindicou nesta terça-feira, 3, um ataque que destruiu parte da estratégica ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, através de explosivos instalados debaixo d’água. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), responsável pela operação, informou que os pilares submersos da ponte foram “severamente danificados”. Trata-se da terceira ofensiva ucraniana contra ao local desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. O SBU divulgou no Telegram um vídeo que mostra o momento da explosão.
O ataque, que levou meses de planejamento, consistiu na detonação de 1.100 quilos de explosivos posicionados nos pilares submersos da ponte, considerada fundamental para o abastecimento das tropas russas no sul da Ucrânia. A explosão ocorreu às 4h44 da manhã no horário local (22h44 de segunda-feira em Brasília). Em comunicado oficial, o serviço de Inteligência explicou que “os agentes da SBU minaram os es desta construção ilegal”, mas “sem causar vítimas civis”.
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‘Alvo legítimo’ 5y6a6v
O chefe do SBU, Vasyl Malyuk, destacou que a ponte é um “alvo legítimo” por ser uma rota crucial de suprimentos militares para as forças russas em território ucraniano. Ele afirmou de forma irônica que “Deus ama a Trindade” e que o SBU “leva as operações até o fim”, lembrando que esta é a terceira vez que a ponte é atingida: em 2022, com a explosão de um caminhão-tanque, e em 2023, com um drone marítimo experimental. Ambos ataques danificaram a estrutura gravemente, mas nenhum conseguiu tirar a ponte de serviço.
Além de seu valor militar, a ponte de Kerch tem grande simbolismo para o Kremlin. Construída após a anexação da Crimeia em 2014 e inaugurada pessoalmente pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 2018, ela é uma representação simbólica da tentativa do líder russo de consolidar o domínio sobre a península que originalmente pertence ao mapa da Ucrânia. A obra custou a Moscou cerca de US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões na cotação atual).
O ataque ucraniano ocorre dois dias após uma ofensiva em massa de drones do SBU contra a aviação estratégica da Rússia, estacionados a milhares de quilômetros da fronteira ucraniana. Segundo Malyuk, a ofensiva causou prejuízo estimado em US$ 7 bilhões (mais de R$ 39 bilhões) e danificou cerca de 34% dos porta-mísseis de cruzeiro da Rússia.