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Consumo de maconha durante a gravidez faz mal para o feto, aponta estudo 1y4v6g

Trabalho de revisão confirma achado de pesquisas anteriores e aumenta corpo de evidências sobre os riscos associados ao uso crônico 5t5r61

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 Maio 2025, 14h47 - Publicado em 6 Maio 2025, 13h00

O uso de maconha se difundiu nas últimas décadas, sem que seus impactos na saúde fossem bem esclarecidos. À medida que a ciência avança, contudo, seus efeitos ficam mais evidentes e, agora, um estudo joga luz sobre as ações da droga no desenvolvimento fetal. 

De acordo com a revisão científica publicada nesta segunda-feira, 5, na Jama Pediatrics, o uso de maconha durante a gravidez pode ter efeitos graves sobre o desenvolvimento fetal, levando à prematuridade, ao baixo peso ao nascer e até a um risco maior de mortalidade. 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram 51 estudos diferentes que, juntos, somam mais de 21 milhões de participantes. Os dados apontam que o uso recreativo de maconha durante a gravidez, em especial nos três primeiros meses, leva a um risco 52% maior de nascimento prematuro e 75% maior de baixo peso ao nascer. Apenas seis dos trabalhos analisaram o efeito na mortalidade, mas eles apontam para um risco 29% maior. 

Esse não é um efeito desconhecido entre especialistas. “Em média, em termos de grandes populações, já existem boas evidências de que [o uso] pode estar associado a malformações, então é bom evitar”, disse o neurocientista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Sidarta Ribeiro, em entrevista concedida a Veja, em fevereiro. 

Por décadas o estudo da maconha e de outros psicodélicos foi impedido pelas rígidas restrições legais impostas pelas políticas de guerra às drogas, mas isso começou a mudar quando pesquisas demonstraram a eficiência de substâncias presentes na planta para tratar a epilepsia, em especial o canabidiol (CBD). 

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Hoje, também há investigações sobre os potenciais para o uso terapêutico em outras condições, como depressão, dores crônicas, síndromes e doenças neurodegenerativas. Isso, no entanto, não significa que não há riscos. 

O crescimento do uso de plantas com alto teor de tetrahidrocanabinol (THC), substância intoxicante encontrada na planta, e baixo teor de CBD, tem aumentado a incidência de efeitos indesejados. Pesquisas mostram que o uso crônico dessas plantas está associado a surtos psicóticos, problemas de memória e cardíacos, com maiores chances de hospitalizações. O abuso na infância e na adolescência também pode levar a síndrome desmotivacional e a disfunções do desenvolvimento cognitivo. 

+ LEIA TAMBÉM: Novos estudos lançam luz sobre efeitos prejudiciais da maconha ao cérebro dos mais jovens

Agora, mais pesquisas precisam ser conduzidas para jogar luz sobre esses efeitos – isso acontece porque, hoje, a maior parte dos estudos é baseado em relatos dos usuários, de modo que é impossível saber que tipo de droga está sendo consumida, qual a composição da planta e que contaminantes estão presentes. Isso é um desafio, já estudos clínicos nem sempre são possíveis quando há riscos envolvidos, mas um maior detalhamento de características de saúde e socioeconômicas dos participantes também são necessários para que as consequências do uso médico e recreativo sejam melhor esclarecidas. 

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E isso fica evidente na investigação recente. Além da análise dos resultados, os pesquisadores também investigaram a qualidade da evidência dos artigos incluídos na revisão. A análise revelou que a qualidade é moderada – o que significa que os estudos melhoraram nas últimas décadas, mas ainda precisam de maior robustez para que sejam convertidos em recomendações clínicas confiáveis. 

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