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Exercícios, imunoterapia e IA: os destaques do maior congresso de oncologia do mundo 4c96m

Encontro anual da sociedade americana terminou nesta terça-feira, 3 r2g1h

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2025, 12h37 - Publicado em 3 jun 2025, 18h30

Anualmente, as maiores autoridades em oncologia do mundo se reúnem nos Estados Unidos para apresentar as principais novidades da área – é quando acontece o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, conhecida apenas como ASCO. O congresso de 2025 acabou nesta terça-feira, 3, concluindo cinco dias intensos de atividades. 

Por meio da apresentação dos estudos mais recentes, com dados recém-publicados ou em vias de chegar ao conhecimento público, o evento mostrou que a pesquisa em oncologia está no caminho certo ao jogar luz sobre resultados bastantes promissores de técnicas que começaram a ser investigadas nos últimos anos. Entre novíssimos medicamentos e técnicas moleculares, as conquistas para os pacientes foram inúmeras. A seguir, você encontra um resumo das novidades de maior destaque do evento – começando com um vídeo do oncologista Álvaro Lopes, do A.C.Camargo Cancer Center.

Biópsia líquida 3c3k4g

Desde que cientistas descobriram que células tumorais poderiam se desprender do câncer e circular pela corrente sanguínea, em 1869, os médicos sonham com a possibilidade da biópsia líquida – técnica por meio da qual seria possível descobrir informações relevantes sobre a doença por meio de uma coleta sanguínea simples, sem a necessidade de coletar as células defeituosas no órgão em que elas crescem. 

Demorou até que isso pudesse se tornar realidade, mas nas últimas duas décadas a ideia finalmente começou a ganhar corpo, em especial com o aprimoramento das técnicas de análise genética. Elas podem ajudar a detectar doenças precocemente, avaliar o tipo de tumor e, agora, começam a ser utilizadas para aprimorar o tratamento.

“Nós vemos cada vez mais sessões sobre o tema nos congressos científicos”, diz Henrique Helber, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. “Nós já utilizamos na clínica, mas tem um potencial grande de se tornar uma prática ainda mais comum, porque você avalia pedacinhos do tumor que circulam no sangue.”

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Um dos avanços nessa área apresentados no congresso vem do estudo SERENA-6. O que ele revela é que por meio dessa técnica, os médicos podem detectar alterações genéticas do câncer de mama que indicam que o tumor não está mais respondendo à terapia.

Via de regra, só é possível saber que o tumor parou de responder ao tratamento quando ele começa a progredir, o que significa crescer de tamanho e começar a impactar a vida do paciente. Com a biópsia líquida é possível detectar essa resistência antes dos sinais clínicos e mudar de droga – o que resultou em 9 meses adicionais de sobrevida sem piora da doença. 

Uma outra investigação mostrou os resultados no câncer colorretal. Embora o estudo DYNAMIC tenha sido frustrado ao tentar aprimorar a terpêutica com base em biopsia líquida, ele mostrou que por meio desse tipo de análise é possível separar os pacientes que precisam de quimioterapia após o cirurgia de remoção do tumor daqueles que não precisam do tratamento adicional de maneira imediata. 

Imunoterapia 4a245u

A imunoterapia foi a maior novidade no tratamento oncológico das últimas décadas. O que a ASCO mostrou é que esse continua sendo um caminho promissor, tanto com novas drogas surgindo, quanto com o aprimoramento das terapias imunológicas já existentes. 

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Um dos estudos mais interessantes apresentados esse ano joga luz sobre o papel da atenção ao relógio biológico. De acordo com os dados, istrar a imunoterapia antes das 15h foi mais efetivo do que após esse horário em pacientes com câncer de pulmão. E os números não são desprezíveis – nos pacientes tratados cedo, o tempo de sobrevida sem piora da doença foi de 13 meses, enquanto no outro foi de apenas 6,5 meses. Médicos acreditam que isso também vale para outros tipos tumorais. 

Mas não para por aí. Um dos trabalhos de maior destaque do evento tem a ver com o câncer de cabeça e pescoço. “Fazia três ou quatro décadas que não tinham grandes inovações para pessoas com doenças agressivas”, diz Fernando Moura, gerente médico do programa de medicina de precisão do Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com o trabalho, adicionar o imunoterápico Nivolumab ao tratamento de pacientes com a doença de alto risco aumentou a eficácia da abordagem. Após três anos, apenas 52,5% dos pacientes que receberam apenas com quimioterapia estavam vivos e livres do câncer, mas no grupo tratado com quimioterapia e imunoterapia esse número aumenta para 63,1%. 

Ainda houve outros avanços. Dados adicionais do estudo CARTITUDE 1 mostrou que um terço dos pacientes com mieloma múltiplo tratados com uma única infusão da terapia CAR-T, um tipo de imunoterapia que treina as células imunes do pacientes para destruir o tumor, sobreviveram por até 5 anos sem progressão da doença – um caminho importante para a cura. 

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Outros dados também mostram que um tipo específico de imunoterapia em pacientes com câncer de pulmão pode ser efetivo por meses mesmo sem a quimioterapia, algo que, no futuro, poderá aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Isso, no entanto, só foi possível em pacientes com uma mutação rara. 

Estilo de vida, quimioterapia e inteligência artificial 222u5

Um dos estudo que mais chamaram atenção joga luz sobre o impacto do estilo de vida no desenvolvimento do câncer. Hoje, já está claro que a alimentação e as atividades físicas podem melhorar o funcionamento do corpo e evitar o desenvolvimento de doenças, mas um dos estudos de maior destaque do evento revelou o papel do estilo de vida no tratamento. 

Um estudo randomizado de fase III, o principal tipo de investigação para a avaliação da eficácia de tratamentos médicos, mostrou que após a cirurgia e a quimioterapia para câncer colorretal, o exercício físico é essencial: quem participou de um programa de atividades físicas teve um risco 30% menor de morrer do que aqueles que não participaram do programa. Benefícios semelhantes já haviam sido relatados no tumor de mama.  

O evento também revelou que, embora novos tratamentos estejam surgindo, a quimioterapia não perdeu seu espaço. O que muda é que as drogas estão sendo otimizadas – modificações estão sendo feitas para que elas cheguem apenas no alvo, diminuindo os efeitos colaterais. Ainda há um esforço para que os remédios intravenosos e demorados possam ser istrados oralmente ou por meio de uma injeção rápida, melhorando o conforto do paciente. 

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Por último, a inteligência artificial também foi destaque. Além do uso já disseminado para encontrar novas moléculas, os modelos tem ganhado espaço nas clínicas, ajudando os médicos a processarem exames genéticos, a fazerem o diagnóstico precisos e a desenvolverem tratamentos personalizados. “Minha aposta é a de que a IA não vai substituir os médicos, mas se o profissional não estiver habilitado para usar essas ferramentas, ele vai ficar para trás”, afirma Moura.

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