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O retrato do invisível: 2019 teve a primeira foto de um buraco negro 6t2851

O Event Horizon Telescope (EHT) usou oito radiotelescópios não para captar a luminosidade, mas sim as ondas de rádio geradas pelo M87 5t44z

Por Filipe Vilicic Atualizado em 4 jun 2024, 14h45 - Publicado em 27 dez 2019, 06h00

A existência de buracos negros foi teorizada em 1915 — “ontem”, em termos de estudos científicos. A premissa, elaborada pelo físico alemão Karl Schwarzschild (1873-1916), se baseou na então recém-formulada Teoria da Relatividade Geral, de seu conterrâneo Albert Einstein (1879-1955). Segundo ela, a gravidade de corpos pesados poderia ser tão intensa que deformaria o espaço-tempo ao seu redor. Schwarzschild partiu dessa ideia para imaginar o que aconteceria se a massa de uma estrela fosse contida em um único ponto, o que ocorre após a “morte” de um astro desse tipo. O resultado, propôs ele, seria a criação de um buraco negro, com massa tão gigantesca que sugaria praticamente tudo a sua volta, incluindo a luz — em tese, intuiria mais tarde o físi­co inglês Stephen Hawking (1942-2018), só sobraria um resquício de radiação. A ciência já havia provado a intensa força de gravidade exercida por aquele incrível fenômeno, e também captado o som das ondas gravitacionais que ecoam do estrondo provocado pela colisão de dois buracos negros. Faltava, entretanto, a prova cabal da existência desses colossos cósmicos: uma fotografia.

A rigor, não falta mais. Em abril, cientistas do consórcio internacional Event Horizon Telescope (EHT) anunciaram, em comunicados simultâneos distribuídos em seis países, o retrato do M87, cuja dimensão é equivalente a 6,5 bilhões de vezes a do Sol. Pergunta inevitável: como teria sido possível fotografar o gigante, localizado a nada menos que 55 milhões de anos-luz da Terra, se uma das características elementares do fenômeno é justamente, como se disse antes, o fato de absorver toda a luz ao redor e, portanto, ser “invisível”? Pois aí é que entrou o progresso tecnológico. O EHT usou oito radiotelescópios, espalhados por Espanha, EUA, Chile, México e Antártica, não para captar a luminosidade, mas sim as ondas de rádio geradas pelo M87. Após dois anos de processamento desses dados, com o apoio de 200 cientistas, um software interpretou os registros radiofônicos para compor a imagem acima — que representa o que se veria do buraco negro caso uma hipotética nave se aproximasse dele a uma distância segura. De longe, é lindo.

Publicado em VEJA de 1º de janeiro de 2020, edição nº 2667

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